domingo, 29 de janeiro de 2017

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Magreza não é beleza, gordura não é formosura

Este artigo "Magreza não é beleza, gordura não é formosura" pareceu-me muito interessante mesmo que ontem tenhamos acabado a unidade da imagem. 


O que vos parece? Magreza, Gordura ou nenhuma das duas?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Expressão Idiomática 11. Diego.


Cabelos brancos - sim ou não?

Encontrei, no Folha de São Paulo, um artigo que nos fala dos cabelos brancos e grisalhos e de como estão na moda. Leiam-no e digam qual é a vossa opinião sobre o tema: cabelo branco - sim ou não? E não me venham com a treta da conversa diplomática do "cada um que decida", isso já eu sei, não vamos obrigar ninguém a mudar de imagem; contudo, gostava de ter a vossa opinião.

Este é o artigo: Cabelos platinados atraem jovens e quem quer assumir os fios brancos

Encontrei este outro no Observador, sobre o mesmo tema: Elas não têm medo dos cabelos brancos


sábado, 21 de janeiro de 2017

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

domingo, 15 de janeiro de 2017

CONTOS DE MEIA-TIGELA, para crianças. Autor: Diego. Edição corrigida 4.

Para Nani, pela sua simpatia e amabilidade.
CONTOS DE MEIA-TIGELA, PARA CRIANÇAS:  “OS TRÊS IRMÃOS”.
Era uma vez, há bué de tempo, numa cidade qualquer que ficava no cu de Judas, três irmãos: o João, o André e o Rui, que andavam sempre a fazer o diabo a quatro. Era por isso que os cidadãos de bem os apelidaram de “os três da vida airada: Cocó, Ranheta e Facada”.
Moravam numa casa sem varanda, que só tinha uma assoalhada, situada numa viela perto da ponte da “Galinha Depenada”.
O aprendiz de feiticeiro que era o pai, que tinha dado às de vila-diogo por causa, segundo diziam as más-línguas, de uma camponesa da vila mais próxima, um dia regressou à sua casa. E, consequentemente, a sua parceira, a Rita, que era uma mulher de faca na liga, proferiu-lhe: “a Cascais uma vez e nunca mais”. Então, ele deu de frosques e, pouco tempo depois, esticou o pernil.
A mãe Rita dos três espirra-canivetes, que além do su feitio tinha um coração honesto, juntou os trapinhos, desta vez, com um homem bom e laborioso, o Iago, que trabalhava como um galego.
A família não só partilhava a casa com o avós e a tia-avó, que pertenciam  à brigada do reumático, mas também com os tios e as primas. Sempre que o seu tio tinha uma nova ideia para arranjar emprego dava com os burros na água, e a sua tia andava o dia todo com o rei na barriga. Ainda por cima, as suas primas também não eram flores que se cheirassem.
Por outras palabras, era, verdade seja dita, como meter o Rossio na rua de Betesga.
Apesar de alguns ladrilhos incrustados no exterior da casa, mesmo ao lado da porta, exprimirem a frase: “É amigo? Entre amigo; o pão que temos aqui, neste pequenino abrigo, também chega para ti”, era evidente que, contudo, só tinham dinheiro para os alfinetes. Ainda bem que estava o Iago para o obter, e a Rita, que ganhava uns cascalhinhos a tratar idosos e governava a casa à cabralina. Se bem que não passassem necessidades, mais coisa, menos coisa que tomavam couves para o pequeno-almoço, almoçavam couves e couves jantavam.
Um dia, de manhã, o João, o André e o Rui, com o intuito de usufruir de uma andança, tinham pedido autorização à mãe para ir brincar no bosque que ficava perto da cidade. E, tendo visto que eles asseveraram que não se perderiam, ela assentiu: por volta da meio dia e meia retornem para casa, decretou.
O Iago tinha-lhes segredado que nesse bosque morava uma bruxa do piorio, má como as cobras, com o seu gato que fumava charutos e fazia arranhões nas bochechas, e que tinham uma gaiola para miúdos onde estava a ferros o filho do rei Umerodom. Significava isto que o Iago sempre lhes relatava histórias do arco da velha, enquanto eles ficavam de olhos arregalados e de boca escancarada. Adoravam-no porquanto era um bom pai.
Assim que nos embrenharmos no bosque, procuramos a casa da bruxa, esteja onde estiver, e ficamos à espreita, concordaram os três da vida airada. Com isto não pretendiam ser heróis, mas, com toda a certeza, o seu padrasto tinha-lhes incentivado a curiosidade. Oxalá fosse real o que ele narrou, almejavam.
As folhas das árvores do bosque mexiam-se suavemente com o sopro do vento fraco, não estava nem frio nem calor. Receio que não encontremos a senda de regresso, expressou-se o Rui. E se retornássemos já para casa, o André ripostou para esquivarem esse risco. O João, que era muito audacioso e estava a fitar um morcego grisalho que tinha eclodido à frente deles e que pairava incessantemente no ar, sugeriu: cacemos o morcego para amedrontarmos as raparigas da aula das primas, essas parvas que têm macaquinhos no sotão! Essa é boa! Não é?
Distraíram-se apanhando galhos para o perseguir. A correr e a saltar é que perderam a nocão do tempo. No nosso entender, recomendaram o Rui e o André, devemos regressar já, agora mesmo! Mas o João não lhes deu ouvidos e os três prosseguiram.
Era já tarde demais, tinham-se perdido algures dentro do imenso bosque e foram apanhados de surpresa pela lua cheia, que se começava a assomar entre as copas das árvores. Seguidamente, ouviu-se o uivo dos lobos: auuuuuuu……….auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! de tal forma que eles ficaram em silêncio, mesmo sem respirar.
Notaram que o morcego tinha sumido e viram um corujão acima de um ramo. Mãe, mãe, disse o André sobressaltado, eu quero ir ter com a minha mãe! Cocó, Ranheta e Facada estavam a tremer como as varas verdes. Daí que uma sensação de arrepio lhes percorresse o corpo.
Após a seguinte árvore, deram uma olhadela e viram à sua frente uma casa, circundada por uma grade, que tinha luz acesa no alpendre. Naturalmente, todos pensaram refugiar-se nela dos perigos do bosque.
Quem quiser vir comigo, disse o João, tem de correr depressa até chegarmos à grade, neste momento, mesmo agora; nós vamos onde tu fores, replicaram os outros. A porta da grade estava fechada a sete chaves, mas encontraram uma frincha, de modo que se enfiaram para chisparem até à porta da casa.
No momento de fazer sinal para a bater, abriu-se, mas não estava lá ninguém. Bbbbbbrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, rangeu a porta e entraram muito, muito devagar.
Olá! Está alguém cá em casa? O silêncio cingia tudo. Silêncio que foi quebrado pelo voo e o som do morcego a cirandar: iiiiiiiiiiiii……iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Desapareceu subitamente.
Constataram que pela porta de um quarto do segundo andar saía fumo, aos montes, e um cheiro a charuto muito desagradável; além disso, escutaram acolá: miau, miau, miau! miau, miau, miau!
Olá! Está alguém no quarto? Ninguém respondeu. Em seguida, ouviram o choro de uma criança a pedir auxílio.
Por isto é que subiram as escadas, mas subiram muito devagar. E de rompante, apareceu  o gato sujo e desleixado da bruxa, com os seus bigodes enrugados, a galgar sobre eles e esgatanhar os meninos: miau, miau, miau!
Mãeeeeee, mãeeeeeee! - disseram o André e o Rui aos berros. Houve uma perseguição. O gato fez arrahões nas bochechas do André e queimaduras com o charuto nas mãos do Rui.
Os dois foram capturados e engaiolados, enquanto que o João se pôs na alheta. Dado que o gato só sabia contar até dois, não se apercebeu de que o rapaz, esperto como uma raposa, tinha bazado.
Por um lado, o gato malcheiroso estava agora sentado no seu cadeirão esfarrapado a embriagar-se com vinho de meia-tigela e a fumar e fumar charutos. Ria-se às gargalhadas e, por vezes, deitava fumo sobre os meninos. Eles, matreiros, choravam lágrimas de crocodilo, ficando à espreita de que o gato descontraísse para larapiarem as chaves da gaiola.
O gato apanhou uma perua tão colossal que deu-lhe um chilique e explodiu como se espetássemos um alfinete num balão. Antes, os garotos tinham agido e atingido as chaves.
O morcego grisalho entrou pela janela e, a seguir, transformou-se…………na bruxa: he, he, he, he, he!......heeee, he, he, he, he! vou engolir cachopos para o pequeno-almoço, he, he, he, he, he! Era feia como um bode e tinha uma verruga no queixo. O André e o Rui, ainda que espavoridos, cuspiram nos olhos vermelhos da bruxa, que ficou completamente passadunte e se desvaneceu no ar.
Rapidamente tentaram abrir a gaiola, mas a porta estava perra. Surgiu outra vez o pranto da criança, que provinha do quarto contíguo. O Rui apanhou um pelo rijo do bigode enrugado do gato desditado, que tinha caído na gaiola após a explosão, para espadeirar a fechadura como se fosse uma gazua e, contanto saíram e deram uma espiadela no outro quarto, repararam em que a criança que soluçava era………o príncipe.
Arrombaram a fechadura e resgataram-no da prisão. Príncipe Basílio, somos o André e o Rui, identificaram-se; venha connosco. Porventura, o nosso irmão João já terá arranjado ajuda para nos libertar, conjeturara o Rui. Se me livrarem da bruxa, o meu pai dar-lhes-á uma recompensa generosa, prometeu-lhes  o príncipe Basílio.
Nesse momento, apareceu a bruxa num estrondo terrível e fez com que os catraios caíssem nos braços de morfeu. A muito malvada e perversa encerrou os três num quarto com paredes de chumbo.
Por outro lado, o João, a pensar na morte da becerra, viu-se grego para libertar os irmãos. Quase deita o coração pela boca porquanto o corujão que viram antes tinha dado um repentino pulo desde uma das árvores para se situar face a face com o amedrontado rapaz.
Sossega-te menino, eu sou amigo, acalmou-o o corujão. O João ficou parvo. Sou o corujão Trombone. Se mo permitires, eu posso ajudar. A não ser que queiras deixar que os teus irmãos experimentem a crueldade e ruindade da bruxa, temos de ir à procura do mago Uini, que vive além das Montanhas do Pêssego Podre. Nós dir-lhe-emos o que se passou. Mordes o esquema? E, quase sem tempo para fazer perguntas, num instante, o corujão, deitando o novo amigo nas suas costas, empreendeu o percurso até às montanhas a voar, num triz, e pousar o João num sopé.
Mago Uiiiiiiniiiiiiiiiiiiiii!-vociferou o Trombone.
Mago Uini, mago Uini, mago Uini! -ecoaram as montanhas.
Mago Uiiiiiiiniiiiiiiiiiii! -vozeou o João.
As montanhas ecoaram.
Maaaaaaaaagooooooooooo Uiiiiiiniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!-bradaram os dois em uníssono.
O tapete mágico do mago Uini passou planando, muito depressa, rente às suas cabeças.
Pássaro e menino embarcaram nele e informaram o Mago do acontecido.
O mago Uini era velho como Matusalém, tinha desenhada uma meia lua no seu chapéu triangular e segurava na mão uma varinha de condão. Tinha um bigode e uma barba branca como a cal e muito comprida, maior que a légua da póvoa, e falava pelos cotovelos.
O mago Uini narrou que o seu tapete fazia coisas das Arábias: mudava de cor como se fosse um camaleão para passar despercebido e podia-se transformar em qualquer coisa. Também disse que o tapete só obedecia os mandatos das pessoas amigas.
O corujão esclareceu que conhecia muito bem as façanhas do tapete mágico e do seu dono, e que ele próprio tinha sido resgatado, numa ocasião, de ser devorado pelo crocodilo que, dantes, tinha a bruxa e que foi vencido pelo mago Uini.
O tapete voava e pairava no vento, dando reviravoltas no ar. Chegando à casa da bruxa, aterrou no alpendre e os tripulantes desceram. A bruxa apresentou-se a voar na sua vassoura e a rir às gargalhadas. Os nossos amigos foram apanhados de surpresa pela muito desalmada.
O amigável Trombone foi atropelado, e o Jõao requereu ao tapete para que se convertesse numa fisga. O tapete acatou, e o rapazinho, tendo pegado numa pedra, armou-se com a fisga e lançou uma pedrada que atingiu e rebentou a verruga do queixo da bruxa. A malvada estampou-se dando uma trombada contra o tronco de um carvalho.
Então, o mago Uini com a sua varinha de condão, tendo pronunciado as palavras mágicas “abracadabra pé de cabra……” transformou a bruxa numa beterraba, que foi engolida, dias depois, por um porco-bravo.
Ainda bem que o corujão só teve uma entorse na sua asa esquerda. Encontraram os irmãos e o príncipe atordoados, mas inteiros. Deram o mago Uini e o tapete mágico uma manifestação de gratidão.
O rei Umerodom abriu a burra e a sua recompensa foi muito generosa. E os miúdos, a mãe Rita e o Iago foram residir para palácio, do mesmo modo que o corujão Trombone. E viveram felizes!
-      F I M    -


EXPRESSÕES:
FAZER O DIABO A QUATRO: “fazer grandes tropelias”.
OS TRÊS DA VIDA AIRADA: COCÓ, RANHETA E FACADA: designa três individuos que estão sempre juntos a fazer tropelias e disparates.
APRENDIZ DE FEITICEIRO: se aplica a quem executa trabalhos para os quais não está qualificado.
DAR ÀS DE VILA-DIOGO: significa simplesmente “fugir”.
DE FACA NA LIGA: designa alguém sempre pronto a armar uma briga.
DAR DE FROSQUES: pirar-se.
ESTICAR O PERNIL: morrer.
TRABALHAR COMO UM GALEGO: remete para a realização de trabalhos pesados. O termo “galego” é sinónimo de alguém que trabalha intensamente.
BRIGADA DO REUMÁTICO: designação jocosa de um grupo de pessoas idosas.
DAR COM OS BURROS NA ÁGUA: significa “falhar” ou “fracassar”.
ANDAR COM O REI NA BARRIGA: significa “fazer-se importante, agir com soberba”.
METER O ROSSIO NA RUA DE BETESGA: é sinónimo de “tentar fazer algo de muito complexo com escassos meios ou, mais genéricamente, diz-se quando se pretende meter muita gente em escasso espaço”.
DINHEIRO PARA OS ALFINETES: designa o dinheiro que é ganho por alguém para as pequenas despesas.
GOVERNAR À CABRALINA: aplica-se a algo que é feito à força ou de forma autoritária.
MÃ COMO AS COBRAS: muito mã.
ESTAR A FERROS: significa “estar preso ou detido”.
HISTÓRIAS DO ARCO DA VELHA: histórias incríveis.
DO PIORIO: o pior do pior.
TER MACAQUINHOS NO SOTÃO: ter pássaros na cabeça.
FECHAR A SETE CHAVES: sinónimo de algo que deve ser bem guardado.
PÔR-SE NA ALHETA: significa “fugir”.
BAZAR: pirar-se, fugir.
SER DE MEIA-TIGELA: o significado remete para algo de inferior qualidade.
ESPADEIRAR: abrir por meio de gazua ou chave falsa.
LÁGRIMAS DE CROCODILO: designa alguém que chora de forma fingida, aparentando falso sofrimento.
FICAR PASSADUNTE: ficar zanga-do/a, irritar-se.
NOS BRAÇOS DE MORFEU: diz-se de alguém que está a dormir.
PENSAR NA MORTE DA BECERRA: Esta frase designa alguém que está particularmente meditabundo.
VER-SE GREGO: significa “ter muita dificuldade em fazer algo”.
COISA DAS ARÁBIAS: é sinónimo de algo estranho ou bizarro.
SER MAIOR QUE A LÉGUA DA PÓVOA: se refere a algo de grande extensão.

ABRIR A BURRA: significa “pagar” ou mais genericamente “gastar dinheiro”.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Mário Soares


Porque concordemos ou não com as políticas, com o político ou até mesmo com o homem, há vidas que nos tocam (gostemos ou não) e Mário Soares é uma parte muito grande do século XX (e do início do XXI) em Portugal. Não é todos os dias que dividimos mundo e península com uma figura histórica do seu porte. 
Deixo-vos o quadro que o mestre Júlio Pomar fez do seu grande amigo quando este deixou o Palácio de Belém porque me parece O retrato e também o texto que o DN publicou hoje: 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017